Foto Divulgação Arquivo
Em maio de 2024, enchente destruiu e bloqueou três ferrovias importantes do Estado: de Santa Maria a Porto Alegre, da Capital a Passo Fundo e de Porto Alegre a Santa Catarina. Nada foi reconstruído.
O governo federal está mais próximo de definir o futuro das ferrovias da chamada Malha Sul, que engloba Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, cujo contrato da Rumo Logística acaba em 2027. Em resposta enviada ao Diário nesta terça (30), o Ministério dos Transportes informou que não descarta repactuar e renovar o contrato com a Rumo, mas que já contratou estudos para definir mudanças na malha ferroviária e leiloar a nova concessão no final de 2026. Se a decisão final for fazer os leilões, o ministério cogita dividir a malha sul em três trechos, conforme o Diário publicou no último sábado, com base em reportagem do Valor Econômico.
Governo federal deve relicitar ferrovias do Sul e avalia dividir em lotes a partir de 2026
A proposta em estudo fatiaria a Malha Sul em três lotes: um ligando os portos de Paranaguá (PR) e de São Francisco do Sul (SC), outro ligando o Oeste e o Norte do Rio Grande do Sul ao Porto de Rio Grande, e o terceiro fazendo um corredor de integração entre São Paulo e Uruguaiana. Esses últimos dois devem passar por Santa Maria.
A informação do ministério é diferente da divulgada pelo Valor Econômico, de que o último lote estudado seria de Porto Alegre a Uruguaiana. O Diário questionou o ministério, que informou que os técnicos citaram que seria mesmo entre São Paulo e Uruguaiana.
Já em relação à reconstrução de três trechos de ferrovias do Rio Grande do Sul que foram destruídos e seguem bloqueados desde a enchente de maio de 2024, o ministério diz que essas obras serão bancadas com um seguro contratado pela Rumo. Porém, não deu mais detalhes de quando e como a obra será feita. A Rumo já havia informado que não reconstruiria os trechos se não houver uma renovação do contrato de concessão. O custo estimado para refazer os trechos e em novo traçado mais rápido poderia passar de R$ 5 bilhões, segundo o governo do Estado. Resta saber quanto seria também o valor do seguro que a Rumo teria direito.
Atualmente, o único trecho em operação no Rio Grande do Sul é o de Cruz Alta-Santa Maria-Rio Grande, com poucos trens que passam por semana.
O QUE DIZ O MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES
"O Ministério dos Transportes está comprometido com a implementação de soluções logísticas para a Malha Sul. Além de uma possível repactuação do contrato com a Rumo, os estudos para uma nova licitação já foram contratados, e em breve será aberta uma audiência pública para colher contribuições da sociedade. Os projetos estão sendo elaborados pela Infra S.A.
A previsão é que os leilões ocorram no final de 2026, antes do vencimento do contrato atual com a concessionária. As propostas em análise incluem a divisão da malha ferroviária em três novos corredores logísticos:
- O corredor Paraná, conectando os portos de Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC);
- O corredor ligando o Oeste e Norte do Rio Grande do Sul ao Porto de Rio Grande (RS);
- O corredor de integração entre São Paulo e Uruguaiana (RS).
A reconstrução das ferrovias no Rio Grande do Sul será realizada com recursos do seguro contratado pela Rumo. Além disso, os estudos em andamento já contemplam a requalificação dos trechos afetados pelas enchentes."